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Nova NR-1: guia prático para liderar em tempos de NR-1 

O mundo do trabalho virou de ponta-cabeça, e a forma de liderar, óbvio, também. Já era a época em que bastava ter um time que batia meta. Hoje, o desafio é ter uma equipe que esteja bem de verdade, que se sinta segura e engajada. A nova NR-1 traz uma mudança de mentalidade sobre segurança e saúde mental no trabalho. 

O cenário no Brasil é preocupante, somos o 2º lugar no ranking mundial de países com mais profissionais desenvolvendo burnout. É o que aponta o relatório da International Stress Management Association (Isma-BR). Cada vez mais, vemos pessoas adoecendo por excesso de trabalho, refletindo a crescente preocupação com a saúde mental no ambiente corporativo. Nos últimos anos, casos de estresse, ansiedade e burnout se tornaram alarmantes.

Em 2024, o país registrou o maior número de afastamentos por ansiedade e depressão na última década: mais de 470 mil trabalhadores ficaram afastados por transtornos mentais, segundo o Ministério da Previdência Social. No ano anterior, esse número era de 283 mil. Além disso, a OMS aponta que 9,3% da população brasileira sofre com transtornos de ansiedade, mais de 18 milhões de pessoas.

Por trás desses números, existem pessoas no limite e empresas que precisam repensar suas práticas. Metas inalcançáveis, prazos apertados, excesso de carga de trabalho e falta de apoio da liderança são apenas alguns dos fatores que pressionam os profissionais diariamente.

O que é a Nova NR-1?

A NR-1 não é apenas mais uma obrigação burocrática. Ela é um convite para que empresas olhem de perto para os riscos psicossociais. A saúde mental da equipe deixou de ser um “luxo”, tornou-se prioridade e parte essencial da agenda de líderes e departamentos de RH.

O objetivo da norma é estabelecer disposições gerais, definir o campo de aplicação, os termos e definições comuns às Normas Regulamentadoras (NR) relacionadas à segurança e saúde no trabalho, além de orientar sobre o gerenciamento de riscos ocupacionais e medidas de prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho (SST).

Principais mudanças da Nova NR-1

A nova NR-1 representa uma virada de chave: agora, o cuidado com a saúde mental passa a ser parte essencial da gestão de riscos ocupacionais. Na prática, isso significa que as empresas precisam ir além das condições físicas de trabalho e começar a identificar, prevenir e intervir também sobre fatores psicossociais que afetam diretamente a vida dos trabalhadores.

Mapeie riscos psicossociais:

Entenda os fatores que impactam negativamente a saúde emocional no seu ambiente. Líderes e equipes devem entender quais riscos existem, como identificá-los e o que fazer diante de uma situação de perigo.

Promova espaços de escuta:

Reuniões 1:1, pesquisas de clima e rodas de conversa são bons pontos de partida. Criar uma cultura de segurança significa falar sobre isso o tempo todo, em diferentes canais e com linguagem acessível

Fomente a segurança psicológica:

As pessoas precisam se sentir livres para errar, sugerir e pedir ajuda.

Invista em capacitação da liderança:

 Liderar em tempos de NR-1 exige habilidades humanas, não só técnicas.

E aqui vai um convite à reflexão:

  • Como está a saúde emocional do seu time?
  • Quantos colegas você já viu se afastarem do trabalho por questões de saúde mental?
  • Sua empresa realmente valoriza o equilíbrio entre vida pessoal e profissional?
  • O ambiente interno permite conversas abertas sobre saúde mental?
  • As políticas e processos que você aplica hoje favorecem ou prejudicam o bem-estar da equipe?

Como preparar sua empresa para a Nova NR-1

1. Revisão do PGR

Atualize o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) para incluir também os fatores psicossociais. Identifique perigos, avalie riscos e adote medidas preventivas que minimizem impactos emocionais no trabalho. O gerenciamento de riscos ocupacionais deve ser tratado como um programa vivo, revisado e aprimorado continuamente.

2. Identificação e avaliação dos riscos psicossociais

Observe os primeiros sinais de desgaste mental da equipe. Realize diagnósticos do ambiente de trabalho para mapear fatores como estresse, sobrecarga, assédio moral ou falta de apoio. O objetivo é identificar vulnerabilidades e agir antes que elas se transformem em problemas maiores.

3. Elaboração e execução de planos de ação

A partir do diagnóstico, desenvolva planos preventivos e corretivos. Isso pode envolver redistribuir demandas, rever metas, ajustar prazos, criar canais de escuta e oferecer treinamentos voltados ao apoio emocional.

4. Capacitação das lideranças

Invista em formações específicas para gestores. Eles precisam saber reconhecer sinais de adoecimento, apoiar colaboradores em situações de vulnerabilidade e atuar como verdadeiros agentes de mudança. Lideranças bem-preparadas transformam o clima organizacional, acolhem suas equipes e fortalecem a integração da SST nas práticas de gestão.

5. Criação de políticas internas claras

Estabeleça normas objetivas contra assédio, discriminação e práticas abusivas. Mais do que escrever regras, é essencial divulgá-las amplamente e garantir que sejam aplicadas de forma consistente.

6. Comunicação aberta e canais de apoio

Comunique e engaje a equipe nas práticas de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Estimule uma cultura de confiança, em que os colaboradores possam relatar preocupações sem medo de represálias. Canais de apoio acessíveis e confidenciais são indispensáveis.

7. Monitoramento e avaliação contínua

Crie indicadores e colete feedback regularmente para medir a efetividade das ações. Não basta implementar o GRO e deixá-lo de lado. Auditorias internas e externas, revisões periódicas e ajustes fazem parte do processo. Nenhum sistema nasce perfeito: melhorias contínuas não são só recomendadas, são parte essencial da cultura de prevenção.

É preciso ficar atento a: Como estão os indicadores de afastamento? O clima organizacional melhorou? As lideranças estão atentas aos sinais de sobrecarga? Quais são os resultados reais das ações colocadas em prática? Os indicadores mostram progresso? 

O papel da liderança em tempos de NR-1

A liderança tem papel decisivo na construção de ambientes de trabalho saudáveis. Um líder preparado inspira, motiva e desenvolve sua equipe. Já um líder despreparado pode ser a principal causa de desmotivação e até de adoecimento no trabalho.

Uma pesquisa da Michael Page mostra que 8 em cada 10 profissionais pedem demissão por causa da liderança direta, e não da empresa em si. Isso revela o quanto o comportamento de um gestor impacta, positiva ou negativamente, a experiência de seus colaboradores.

Por isso, líderes precisam desenvolver sensibilidade para perceber os sinais de que algo não vai bem. Alguns indícios comuns de riscos psicossociais são:

  • Queda de produtividade e engajamento
  • Aumento de faltas, atestados ou afastamentos médicos
  • Mudanças de comportamento, como irritabilidade, apatia, desânimo ou isolamento

A liderança deve atuar como suporte. Isso significa acompanhar a rotina de perto, identificar sobrecargas, avaliar se há recursos suficientes para as demandas e ajustar processos quando necessário.

Algumas atitudes práticas que fazem a diferença:

  • Distribuir tarefas de forma mais equilibrada, respeitando a capacidade e o limite de cada pessoa
  • Reduzir fatores estressores como falhas de comunicação, prazos irreais e pressão constante
  • Aproveitar os momentos de feedbacks e conversas individuais para ouvir ativamente e identificar sinais de insegurança, sobrecarga, falta de autonomia ou conflitos internos
  • Trabalhar junto ao RH e à área de Saúde e Segurança do Trabalho, garantindo que os riscos identificados sejam documentados e monitorados dentro do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)
  • “Pescar” os sinais de alerta – Sabe quando aquele colega, super falante, fica mais na dele? Ou quando a produtividade cai sem explicação? Ou quando surge aquela irritabilidade que não existia? 
  • Criar um clima de confiança – Num ambiente onde o líder demonstra empatia, os profissionais se sentem seguros para abrir o jogo, falar das dificuldades sem medo de ser taxado. E essa confiança, meu amigo, vale ouro para a NR 1, ajudando a pegar qualquer risco no comecinho.

No fim das contas, o comportamento do líder é um reflexo direto da saúde da equipe. E investir em lideranças mais preparadas, empáticas e conscientes é um passo essencial para transformar o ambiente de trabalho em um espaço mais humano e sustentável.

Conclusão

Na Fala Company, desenvolvemos soluções personalizadas para preparar líderes em tempos de NR-1. Nosso programa “Liderança em Tempos de NR-1” capacita gestores a se tornarem agentes de mudança, promovendo ambientes mais cooperativos, seguros e em conformidade com a legislação.

Nosso treinamento especializado capacita os líderes a serem agentes de mudança, construindo ambientes de trabalho mais seguros, colaborativos e, acima de tudo, mais saudáveis e em conformidade com a legislação.

Incentivem o time a experimentar e a aprender com os erros. Ofereçam suporte psicológico aos próprios líderes e programas de resiliência. Afinal, o bem-estar do líder é um termômetro para o bem-estar da equipe! Converse com nossos especialistas e conheça soluções personalizadas para desenvolver lideranças preparadas em tempos de NR 1.

Foto de Vera Lorenzo
Vera Lorenzo

Vera Lorenzo, CEO da Fala Company, é fluente em cinco idiomas e especialista em Coaching e Liderança, com mais de 30 anos de atuação. Mestre em oratória, possui cinco formações internacionais em Coaching, além de expertise em Storytelling, Design Thinking, Voice Coach, PNL e Assessment DISC + Valores. Vera também é autora dos livros “50 Coisas para Fazer Antes dos 50” e “Mulheres que Transformam I e II”.

20 de outubro de 2025

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