Você fez três cursos de inglês, talvez até tenha se formado em algum, teve um
professor particular e, ainda assim, trava na hora de falar inglês?
Por que isso acontece?
É comum recebermos alunos que compreendem o idioma, assistem filmes e séries,
ouvem músicas e podcasts com bom entendimento, mas, na hora de falar, as
palavras fogem, a pronúncia vacila e o medo toma conta. Essa descrição parece
familiar para você?
Para solucionar esse problema muito mais comum do que parece, precisamos
identificar suas fontes e combatê-lo pela raiz! Por isso, listamos as cinco razões
pelas quais você pode estar travando na hora de falar inglês:
Falta de prática no idioma
A leitura, a escrita e a audição são extremamente importantes para aprender uma
língua estrangeira, mas nada substitui a prática de falar. Os fonemas são diferentes
do que estamos habituados, as entonações, o ritmo… e tudo isso se conquista com prática! Especialmente no caso do inglês, um idioma fundamentalmente diferente do
português e das outras línguas latinas, pela sua origem germânica. E, para falar
bem, você vai precisar errar e muito e se lançar! Só aprendemos na prática.
De acordo com um estudo publicado na revista científica “Language Learning”, a
falta de oportunidades para praticar a fala é um dos principais obstáculos para o
desenvolvimento da fluência em uma segunda língua (L2). O estudo mostrou que os
alunos que tiveram mais oportunidades para praticar a fala apresentaram melhor
desempenho na fluência do que aqueles que tiveram menos oportunidades. Então,
vamos atrás das oportunidades! Vamos falar sozinhos, com o espelho, com amigos,
com colegas de turma, com colegas de trabalho… o importante é praticar! Ou
mesmo participar de eventos Meetup ou outros.
Um bom falante de inglês é aquele que se esforça para esconder seu sotaque, não
estamos em busca de imitar um nativo ou esconder a nossa nacionalidade, é sobre
falar com clareza, fluidez e confiança!
Medo de cometer erros no inglês
Você sente medo de cometer um erro em português? De não conjugar o verbo
corretamente no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo? Não?
Então, por que nos julgamos tanto ao cometer um erro em inglês, como, por
exemplo, na conjugação do Present Perfect?
Para muitos, isso impede de falar e sabota o aprendizado. Quanto mais falamos,
melhor falamos. Todos nós erramos e sinta-se à vontade para se corrigir e melhorar
sempre.
Falta de confiança no inglês
Quantas vezes, após uma conversa em inglês, você pensa em tudo o que disse e
gostaria de voltar no tempo e mudar tudo?
Ou então, lembra-se de todo o conhecimento adquirido em seus estudos, mas que
não foi aplicado na conversa? Ou até evita iniciar a conversa por achar que não
será compreendido? Isso acontece porque não nos sentimos confiantes o suficiente
em nosso discurso.
De todas as quatro habilidades que desenvolvemos ao estudar um novo idioma, a
fala é a única que não é individual. Por mais que possamos praticar sozinhos, a fala
é uma atividade interativa que provoca reações em nosso interlocutor. A forma
como falamos é influenciada por com quem falamos, seja com muitas ou poucas
pessoas, e o medo do julgamento dessas pessoas nos afeta. Se estiver preocupado
com sua relação com essas pessoas, relaxe. O objetivo de um idioma não é
perfeição e sim a comunicação. E a comunicação acontece mesmo que você não
tenha conhecimento pleno.
É importante lembrar que a confiança para falar inglês é algo que é desenvolvido ao
longo do tempo, sempre com prática e dedicação, assim como todas as outras
habilidades. Por isso, comece praticando com pessoas que você conhece e confia, e
gradativamente aumente o nível de dificuldade para se sentir mais confortável e
confiante em situações desafiadoras. Lembre-se de que todo mundo comete erros e
que cada erro é uma oportunidade de aprendizado!
Falta de tempo para pensar no idioma
Quando lemos, ouvimos e escrevemos em inglês, temos tempo considerável para
processar as ideias que nos são apresentadas, mas na língua falada não há
comparação! Se você não fala inglês com frequência, isso é ser particularmente
desafiador, já que não há tempo para parar e pensar antes de responder. Ao
mesmo tempo em que falamos, processamos as ideias, buscamos palavras, phrasal
verbs, expressões, conjunções, entre outros. Além disso, o estresse e a ansiedade
tornam ainda mais difícil se concentrar em todos esses aspectos ao mesmo tempo.
Por isso, desenvolver habilidades de fala confiantes e fluência em inglês requer encontrar
oportunidades para praticar a fala em um ambiente seguro e livre de julgamentos,
além de trabalhar para melhorar as habilidades de pensamento rápido.
Falta de objetivo claro (e consequentemente, de motivação)
Quando não temos um motivo claro e forte para aprender e aprimorar a língua,
assim como para qualquer objetivo na vida, é desafiador manter o comprometimento
e a disciplina necessários para desenvolver habilidades de fala.
Qual é o seu objetivo em relação ao inglês? Ter uma ascensão na carreira, buscar
uma posição mais sênior, trabalhar fora, morar em outro país, conseguir uma
recolocação no mercado…
A falta de propósito, ou um propósito vago e abstrato, também leva à procrastinação
e à falta de prática, o que retoma todos os pontos que discutimos e traz ainda mais
dificuldades em falar inglês.
De acordo com um estudo publicado na revista “Frontiers in Psychology” descobriu que a motivação
é um dos principais fatores que afetam o sucesso do aprendizado de uma segunda
língua, incluindo o desenvolvimento de habilidades de fala. O estudo mostrou que a
motivação intrínseca – ou seja, a motivação que vem de dentro, em vez de ser
motivada por recompensas externas – está associada a um melhor desempenho na
aprendizagem de uma segunda língua.
Portanto, é importante encontrar um motivo pessoal e significativo para aprender e
aprimorar a habilidade de falar inglês, como o desejo de avançar em sua carreira ou
a vontade de viajar e se comunicar com pessoas de outras culturas. Dessa forma, ao encontrar
um propósito claro e manter a motivação, você estará mais propenso a superar as
dificuldades em falar inglês e a desenvolver habilidades confiantes e fluentes.